Jacqueline

2016

Primeiro texto original do autor Rafael Gomes após o premiado Música Para Cortar Os Pulsos, e também atrelada ao universo musical, Jacqueline é uma peça-concerto que dialoga diretamente com a música erudita, em tema e forma. Inspirado na vida e no gênio artístico da violoncelista britânica Jacqueline Du Pré (1945 – 1987), o espetáculo é escrito e encenado sobre o Concerto Para Violoncelo e Orquestra do compositor Edward Elgar, obra que ficou indissociavelmente atrelada à musicista. A música, portanto, embasa, pauta e emoldura a dramaturgia, configurando uma singular linguagem cênica.

Na trama, uma genial violoncelista e sua irmã vivem uma relação intensa e profunda, quase simbiótica. Até que a música, os amores e uma irreversível tragédia se colocam entre elas, fazendo explodir rivalidades, ambições, as asperezas dos laços familiares e o choque entre talento e sobrevivência, vocação e destino.

Mais do que uma onipresente trilha sonora, o que se tem é um texto teatral construído com o rigor de uma partitura. As cenas evoluem de acordo com os quatro movimentos-chave da obra, enquanto a arquitetura interna das cenas também dialoga com as inflexões da obra de Edward Elgar e suas alternâncias de andamento, sonoridade e intensidade.

Por se tratar de um espetáculo cuja dramaturgia está intimamente ligada à música erudita, mas que ao mesmo tempo possui uma forte história como motor principal, Jacqueline é teatro para quem busca essencialmente teatro, mas é também obra pulsante para amantes da música clássica.

Rafael Gomes, jovem diretor vencedor do Prêmio Shell 2016 por Um Bonde Chamado Desejo, assina texto e direção, em mais uma parceria com a Morente Forte Produções Teatrais, e conta: “Essa peça encerra uma trilogia sobre mulheres massacradas. Não foi planejado, mas aconteceu: primeiro foi Blanche, no ‘Bonde’; depois Joana, em ‘Gota d’Água’. Personagens que, de uma forma ou de outra, agem em direção ao destino que encontram. Jacqueline, por outro lado, é aquela que sofre o desfecho mais cruel, porém totalmente alheio às suas ações e escolhas. Essa é uma peça que fala também sobre a força ao mesmo tempo provedora e destruidora da natureza”.

Jacqueline marca ainda o reencontro do diretor com a atriz Natália Lage, com quem fez Edukators (2013), escrito por ele, com direção de João Fonseca e Lage no elenco. “Jacqueline nasceu nas coxias de ‘Edukators’, a partir de um fragmento de texto com o qual eu provocava a personagem da Natália”, conta Rafael.

Jacqueline - Ficha Técnica

Texto e Direção: Rafael Gomes
Elenco: Natália Lage, Arieta Corrêa, Daniel Costa e Fabricio Licursi
Cenário: André Cortez
Iluminação: Wagner Antonio
Figurino: Fause Haten
Direção de Movimento: Renata Melo
Assessoria de Imprensa: Daniela Bustos, Beth Gallo e Thais Peres – Morente Forte Comunicações
Projeto Gráfico e Foto: Laura Del Rey
Assistência de Direção: Marco Barreto
Assistência de Produção: Barbara Santos
Produção Executiva: Egberto Simões e Katia Placiano
Produção: Cia Empório de Teatro Sortido e Morente Forte Produções Teatrais (Selma Morente e Célia Forte)
Realização: Sesc São Paulo

Jacqueline - Prêmios

Jacqueline - Repercussão crítica

  • Arieta Corrêa vibra como Hilary na conexão com o público, a irmã antípoda dois anos mais velha.

    Leia a crítica completa em folha.uol.com.br.

    Valmir Santos - Folha de São Paulo

  • Gomes usa a dualidade entre a vocação e o talento para discutir questões mais corriqueiras dos mortais, como inveja, insegurança e traição. Para isso, o diretor conta com um quarteto de atores que humaniza, cada um à sua maneira, os personagens. Natália e Costa alcançam bons momentos, mas é na economia das interpretações de Arieta e Licursi que da simplicidade e da leveza se faz a arte, e um grande exemplo é a deslumbrante cena final

    Leia a crítica completa em .

    Dirceu Alves Jr. - Veja São Paulo

X